Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Moradores, como Gilberto Zanini, convivem bem com os macacos no distrito do Verde
A morte de um bugio no distrito de Passo do Verde, há cerca de 15 dias, e outro que estaria doente levou moradores a fazerem registros junto à Vigilância Ambiental em Saúde. A preocupação é em relação ao risco de essa morte ter sido causada por febre amarela.
De acordo com o veterinário Carlos Flávio Barbosa da Silva, a possibilidade de que esses bugios tenham sido acometidos pela febre amarela sempre é considerada, mas, como a cobertura de vacinação chegou a quase 100% da população nas áreas rurais no ano passado, não existe motivo para preocupação. A Vigilância deve ir ao local nos próximos dias para tentar encontrar o macaco que estaria enfermo. Segundo Barbosa, a comunicação de morte do outro macaco foi feita quando o animal já estava em decomposição e, portanto, não havia como examinar os órgãos para fins de confirmação ou não de febre amarela.
- O ideal é que a coleta seja feita em cerca de oito horas depois da morte, antes da deterioração dos órgãos. Mas, é claro que iremos a campo fazer o georreferenciamento e fazer o registro da morte dessa espécime. Geralmente, quando eles andam abalados, têm pouco movimento, andam mais perto da água, a gente faz uma associação com a doença, por conta da febre, que é um dos sintomas - explica Silva.
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Na tarde de ontem, o Diário esteve na região do balneário do Passo do Verde e conversou com moradores. O comerciante Luiz Policarpo Ferreira, 63 anos, trabalha a poucos metros da árvore onde o animal morreu. Ele conta que observou que o bugio andava mais lento dias antes de morrer.
- Ele estava estranho, com os olhos esbranquiçados. Como eles são sentinelas, avisam quando alguma coisa não está certa. A gente fica preocupado. Eu mesmo fiz a vacina (contra a febre amarela), mas tem várias pessoas que vem veranear aqui.
A comerciante Ledi Campos, 68 anos, disse que não sabia da morte do macaco nem que o outro animal estaria enfermo. Leda, como é conhecida, relatou que já viu os animais serem eletrocutados em contato com a rede de luz, mas nunca soube de uma ocorrência como essa por doença.
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Enquanto muita gente pensa que o macaco pode transmitir a febre amarela, o que não é verdade, e, por isso, acaba agredindo os animais, a comunidade do Passo do Verde costuma conviver em harmonia com a espécie. Gilberto Zanini, 73 anos, conhecido como Peruca, mora há 20 anos no local e é sempre lembrado quando o assunto são os bugios. Ele conta que os bichos até entram na casa dele. Zanini lembra que, há anos atrás, havia mais bugios na localidade.
- Só aqui perto de casa, apareciam uns 14 pelas árvores. Hoje, são uns quatro. Não sei se morreram de febre amarela ou se foram eletrocutados - diz Zanini.